Acabei de fazer agora a sessão de fotos para meu blog no Globo Online, que vai estrear na próxima semana.
Quando chegar mais perto, boto o post de inaguração aqui. Fiquem de olho ;-)
31.1.07
28.1.07
Tradução aproximada da carta enviada pelo poeta e ensaísta Raymond de St. Gilles ao marquês Henri de Gremmont em 26 de janeiro de 1899:
"Hôtel Marsollier, Arles
Mon cher Henri,
Feliz do homem que tem sua musa e ocupa sua mente com novas formas de lhe dedicar amor. Uma musa estimula a criatividade todos os dias. Eu não seria um poeta sem minhas musas. Tenho de confessar que tive muitas. Mas nem todas significaram felicidade: houve aquelas que geraram poemas de melancolia e desilusão -- e não foram menos importantes por isso.
Minha atual musa é generosa e, num sentido, diferente de todas as que eu já tive. De modo geral, as pessoas não amam a si mesmas e, por isso, se sentem desconfortáveis quando recebem homenagens (que muitas vezes são só o que um pobre poeta lhes pode dar...). Algumas não compreendem a intensidade do coração de um artista (que ocupa, é verdade, bem mais espaço em seu organismo que os outros órgãos) e lhe devotam desprezo.
Isso não acontece com minha nova musa, recém-descoberta neste fim de século XIX. Ela recebeu bem textos que até eu mesmo temi enviar, porque -- como disse Basil Hallward a Lord Henry Wotton no "Dorian Gray", do pobre monsieur Wilde, que hoje vive vagando por Paris como uma sombra -- percebi que tinha revelado demais sobre mim e o que ia na minha alma. Mas, enfim, o que mais se pode dizer a uma musa? Por definição, ela é tudo com que você sonhou, a Beleza personificada e -- como não acreditar em Deus? -- colocada pelo Espírito bem ali na sua frente, durante o pequeno espaço que você tem para viver nesta Terra. Se, além de bela, for inteligente e sagaz, nada mais resta a um homem senão adorá-la e tratá-la como uma mulher deve ser tratada.
E minha musa não é só linda e de mente ágil; ela é gentil. Quando lhe escrevo algo, ou envio algum poema, sempre me responde com graça e leveza. É uma amiga querida e atenta, embora não nos vejamos exatamente com freqüência, pois é jovem e livre e tem sua vida a viver. Essa juventude, aliás, lhe confere outra qualidade: uma certa inocência, que eu já perdi e gostaria de recuperar. Certamente ela não é perfeita, mas qual será o poeta que enxerga defeitos naquela que elegeu para inspirá-lo?
Mas por que estou escrevendo tudo isso?
Porque minha musa (e ela ainda não sabe) em breve receberá um presente que realmente me orgulhei de encontrar para ela. C'est une surprise, e é a mais bela homenagem que já lhe fiz. No momento oportuno, lha mostrarei.
Espero encontrá-lo em Rouen, meu caro, na próxima semana. Haverá uma festa na casa de Madame de Sauvigny.
Recomendo-me a vós com a mais alta estima,
Raymond de St. Gilles"
"Hôtel Marsollier, Arles
Mon cher Henri,
Feliz do homem que tem sua musa e ocupa sua mente com novas formas de lhe dedicar amor. Uma musa estimula a criatividade todos os dias. Eu não seria um poeta sem minhas musas. Tenho de confessar que tive muitas. Mas nem todas significaram felicidade: houve aquelas que geraram poemas de melancolia e desilusão -- e não foram menos importantes por isso.
Minha atual musa é generosa e, num sentido, diferente de todas as que eu já tive. De modo geral, as pessoas não amam a si mesmas e, por isso, se sentem desconfortáveis quando recebem homenagens (que muitas vezes são só o que um pobre poeta lhes pode dar...). Algumas não compreendem a intensidade do coração de um artista (que ocupa, é verdade, bem mais espaço em seu organismo que os outros órgãos) e lhe devotam desprezo.
Isso não acontece com minha nova musa, recém-descoberta neste fim de século XIX. Ela recebeu bem textos que até eu mesmo temi enviar, porque -- como disse Basil Hallward a Lord Henry Wotton no "Dorian Gray", do pobre monsieur Wilde, que hoje vive vagando por Paris como uma sombra -- percebi que tinha revelado demais sobre mim e o que ia na minha alma. Mas, enfim, o que mais se pode dizer a uma musa? Por definição, ela é tudo com que você sonhou, a Beleza personificada e -- como não acreditar em Deus? -- colocada pelo Espírito bem ali na sua frente, durante o pequeno espaço que você tem para viver nesta Terra. Se, além de bela, for inteligente e sagaz, nada mais resta a um homem senão adorá-la e tratá-la como uma mulher deve ser tratada.
E minha musa não é só linda e de mente ágil; ela é gentil. Quando lhe escrevo algo, ou envio algum poema, sempre me responde com graça e leveza. É uma amiga querida e atenta, embora não nos vejamos exatamente com freqüência, pois é jovem e livre e tem sua vida a viver. Essa juventude, aliás, lhe confere outra qualidade: uma certa inocência, que eu já perdi e gostaria de recuperar. Certamente ela não é perfeita, mas qual será o poeta que enxerga defeitos naquela que elegeu para inspirá-lo?
Mas por que estou escrevendo tudo isso?
Porque minha musa (e ela ainda não sabe) em breve receberá um presente que realmente me orgulhei de encontrar para ela. C'est une surprise, e é a mais bela homenagem que já lhe fiz. No momento oportuno, lha mostrarei.
Espero encontrá-lo em Rouen, meu caro, na próxima semana. Haverá uma festa na casa de Madame de Sauvigny.
Recomendo-me a vós com a mais alta estima,
Raymond de St. Gilles"
Elis e eu no trabalho. Sei que a Elis Regina já se foi há 25 anos, era um ícone etc e tal, mas esta é a Elis que eu prefiro. E ponto.
26.1.07
Não existe "patch" ou "fix" capaz de corrigir o amor.
O amor é sempre incorrigível.
O amor é uma droga congênita, não sintética. Não há casa de reabilitação para ele.
O amor pode decrescer, se esconder ou ser esquecido, por um minuto ou por um século. Mas jamais curado, apagado, deletado ou limpo.
O amor não é anti-séptico.
O amor não pede para entrar: invade. É o pé do vendedor na porta, calçado com um sapato de aço.
O amor não tem plano nem controlador de vôo.
O amor não é um jardim aparável de uma casa inglesa. Isso é a simpatia. O amor é um jardim tropical cheio de flores desiguais, todas esplendorosas, misturadas a plantas venenosas. Tem borboletas multicoloridas, mas também escorpiões à sombra.
O amor é radical, está sempre na extrema direita ou na extrema esquerda. No centro, não fica quem você ama. Ficam só aquelas pessoas de quem você diz: "interessantes".
O amor não precisa de motivo. Não tem lógica. Não é uma premissa perfeita. O outro pode nos odiar ou desprezar, mas isso tampouco se nos dá se o amamos com fervor.
O amor não requer que o outro saiba que você exista. O amor raramente é recíproco ao mesmo tempo.
O amor é obsessivo e dói. Um dia você acorda e percebe: meu Deus, eu a amo. E chora. E se sente sem ar. E não consegue ler o jornal.
O amor tem horror das pessoas que têm medo dos sentimentos intensos. O amor só quer cair de joelhos e dizer: "Entre na minha vida para nunca mais sair, porque não posso mais viver com os olhos cheios dágua pelas ruas da Lapa só porque pensei em você".
O amor é uma faca que nunca precisa de amolador.
O amor é uma porta que nunca precisa de chaveiro. Mas também pode ser um cubo mágico como aqueles de "Hellraiser", que, sob certas configurações, liberavam os servos do inferno.
O amor também é não ter coragem de dizer tudo à pessoa amada, porque você sabe que, se disser tudo, a magia acabará. O mistério terá fim. E, às vezes, dizer tudo mata o amor. Mesmo que tudo que se tenha a dizer seja "eu te amo".
O amor é em parte sonho e assim deve permanecer para continuar amor.
O amor é sempre incorrigível.
O amor é uma droga congênita, não sintética. Não há casa de reabilitação para ele.
O amor pode decrescer, se esconder ou ser esquecido, por um minuto ou por um século. Mas jamais curado, apagado, deletado ou limpo.
O amor não é anti-séptico.
O amor não pede para entrar: invade. É o pé do vendedor na porta, calçado com um sapato de aço.
O amor não tem plano nem controlador de vôo.
O amor não é um jardim aparável de uma casa inglesa. Isso é a simpatia. O amor é um jardim tropical cheio de flores desiguais, todas esplendorosas, misturadas a plantas venenosas. Tem borboletas multicoloridas, mas também escorpiões à sombra.
O amor é radical, está sempre na extrema direita ou na extrema esquerda. No centro, não fica quem você ama. Ficam só aquelas pessoas de quem você diz: "interessantes".
O amor não precisa de motivo. Não tem lógica. Não é uma premissa perfeita. O outro pode nos odiar ou desprezar, mas isso tampouco se nos dá se o amamos com fervor.
O amor não requer que o outro saiba que você exista. O amor raramente é recíproco ao mesmo tempo.
O amor é obsessivo e dói. Um dia você acorda e percebe: meu Deus, eu a amo. E chora. E se sente sem ar. E não consegue ler o jornal.
O amor tem horror das pessoas que têm medo dos sentimentos intensos. O amor só quer cair de joelhos e dizer: "Entre na minha vida para nunca mais sair, porque não posso mais viver com os olhos cheios dágua pelas ruas da Lapa só porque pensei em você".
O amor é uma faca que nunca precisa de amolador.
O amor é uma porta que nunca precisa de chaveiro. Mas também pode ser um cubo mágico como aqueles de "Hellraiser", que, sob certas configurações, liberavam os servos do inferno.
O amor também é não ter coragem de dizer tudo à pessoa amada, porque você sabe que, se disser tudo, a magia acabará. O mistério terá fim. E, às vezes, dizer tudo mata o amor. Mesmo que tudo que se tenha a dizer seja "eu te amo".
O amor é em parte sonho e assim deve permanecer para continuar amor.
24.1.07
22.1.07
Está no site do Globo Online uma música minha, que gravei para uma matéria no Info Etc mostrando como o computador facilita a vida das gravações em estúdio. A música se chama "É você", e nela toquei os violões e as guitarras, inclusive a solo (trata-se de um hard rock estilo anos 70), além de cantar. O baixo ficou a cargo do veterano Carlos Castanheira, e a batera foi toda arranjada dentro do próprio computador. Se ficarem curiosos e quiserem conferir, estará em http://oglobo.globo.com/tecnologia/audio/2007/991/default.asp, na lista de áudios.
A matéria é a capa do caderno desta segunda.
A matéria é a capa do caderno desta segunda.
17.1.07
Vai com Deus, Meg querida. Sua elegância, sua generosidade e sua sutileza farão muita falta na blogosfera. Um beijo deste Guardião.
12.1.07
I was born under a bad sign,
Left out in the cold
Im a lonely man who knows
Just what it means to lose control
But I took all the heartache
And turned it to shame,
Now Im moving, moving on,
And I aint taking the blame
Dont come running to me,
I know Ive done all I can
A hard loving woman like you
Just makes a hard loving man
So I can say it to you, babe
Ill be a fool for your loving no more,
A fool for your loving no more
Im so tired of trying,
I always end up crying,
Fool for your loving no more
Ill be a fool for your loving no more
("Fool for your loving", Whitesnake)
Left out in the cold
Im a lonely man who knows
Just what it means to lose control
But I took all the heartache
And turned it to shame,
Now Im moving, moving on,
And I aint taking the blame
Dont come running to me,
I know Ive done all I can
A hard loving woman like you
Just makes a hard loving man
So I can say it to you, babe
Ill be a fool for your loving no more,
A fool for your loving no more
Im so tired of trying,
I always end up crying,
Fool for your loving no more
Ill be a fool for your loving no more
("Fool for your loving", Whitesnake)
Letra de hoje:
I've heard it all before
I've heard it all before
I've heard it all before
I've heard it all before
I don't wanna hear, I don't wanna know
Please don't say you're sorry
I've heard it all before
And I can take care of myself
I don't wanna hear, I don't wanna know
Please don't say 'forgive me'
I've seen it all before
And I can't take it anymore
(...) Don't explain yourself 'cause talk is cheap
There's more important things than hearing you speak
You stayed because I made it so convenient (so convenient)
Don't explain yourself, you'll never see...
I don't wanna hear, I don't wanna know
Please don't say you're sorry
I've heard it all before
And I can take care of myself
I don't wanna hear, I don't wanna know
Please don't say 'forgive me'
I've seen it all before
And I can't take it anymore
("Sorry", Madonna)
I've heard it all before
I've heard it all before
I've heard it all before
I've heard it all before
I don't wanna hear, I don't wanna know
Please don't say you're sorry
I've heard it all before
And I can take care of myself
I don't wanna hear, I don't wanna know
Please don't say 'forgive me'
I've seen it all before
And I can't take it anymore
(...) Don't explain yourself 'cause talk is cheap
There's more important things than hearing you speak
You stayed because I made it so convenient (so convenient)
Don't explain yourself, you'll never see...
I don't wanna hear, I don't wanna know
Please don't say you're sorry
I've heard it all before
And I can take care of myself
I don't wanna hear, I don't wanna know
Please don't say 'forgive me'
I've seen it all before
And I can't take it anymore
("Sorry", Madonna)
Semana difícil. Sem dinheiro, contando os tostões, e decepcionado com algumas pessoas que cometem sempre os mesmos erros. Como vive me dizendo Wal, de que adianta pedir desculpas se você vai agir mal (ou fazer a mesma besteira) novamente na primeira oportunidade?
Mas eu preciso controlar a minha raiva. Ficar com raiva me faz mal demais. Se existir reencarnação, diz minha querida Wal, eu vou voltar muitas vezes para compensar minha falta de temperança, meus ressentimentos...
Mas eu preciso controlar a minha raiva. Ficar com raiva me faz mal demais. Se existir reencarnação, diz minha querida Wal, eu vou voltar muitas vezes para compensar minha falta de temperança, meus ressentimentos...
6.1.07
Niver da Elis ontem. Foi uma festa deliciosa num quiosque da Lagoa, com direito a excelentes companhias como o Maloca Mendes, o Fernando de Oliveira e meu co-autor Alexandre Freire (do "Como blindar seu PC"). Agora o ano começou.
Só falta eu ganhar na mega-sena para pagar as dívidas de janeiro. Normal ;-)
Só falta eu ganhar na mega-sena para pagar as dívidas de janeiro. Normal ;-)