De verdade, mesmo,
todo homem é uma ilha
e nada nasce nela além de musgo
nas rochas desiguais.
a carícia prometida pelo vento é ilusória
e seu invariável resultado é a tormenta;
o beijo aguardado das ondas
resulta em retração;
e tudo o que a ilha pode fazer
é contemplar as estrelas
e tentar se lembrar
dos tempos em que vivia submersa entre as criaturas do mar
e sabia o que era a beleza e o sonho.
Somos todos rochedos tristes e solitários
expostos aos desígnios dos elementos
e cientes
da erosão continuada que um dia nos fará pó.