1.11.02

A Vida entrou no restaurante
e deixou a chuva lá fora.
A Beleza ria; o Prazer acendia seu cigarro
enquanto lhe sussurrava uma história.

Só o Tempo olhava de um canto,
batucando ritmadamente na mesa.
Mas ninguém lhe deu atenção.

Então veio a Música
e misturou todos os convivas
ora lânguida
ora rápida e contagiante
ora triste e nostálgica
ora solene.

Vendo o baile, o Tempo decidiu não mais passar
e foi embora dali.
E é por isso que hoje,
quando nos sentamos ao redor de uma mesa
e admiramos nossas amigas
e rimos com todas as bobagens que rodopiam pelo ar
e dançamos
e nos sentimos vivos após uma semana estafante,
agarramos um pedacinho da eternidade.
E nossa alma baila diáfana e vaporosa pelas esferas fora dos relógios.

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