Como trabalhei na semana do Natal, vou parar uns dias para curtir o resquício de ano. Deixo para vocês um poema novinho, saido quentinho da forja.
E desejo a todos um 2004 em que a gente não seja tão refém das expectativas e possa viver mais feliz, um dia por vez.
Uma coisa é certa: eu estarei aqui, como sempre.
Abraços e saúde!
Animalesque
Deitou entre seus seios de neve
e escutou a carne bombeando dentro;
aproximou mais a orelha em chamas.
E por um instante sentiu
a delícia de ser completamente animal
todo instinto
todo tato e cheiros
todo corpo e sangue da Natureza.
Ela disse depois
que em seu sono ele rira
e ele lembrou-se por quê
mas não respondeu.
Guardou para si
a imagem onírica
do sexo perfeito:
dois corpos famintos em transe
e duas almas diáfanas
atiradas sobre os criados-mudos
sabendo a conhecimento e mofo.
26.12.03
23.12.03
Moçada, um feliz Natal a todos, com um fraterno abraço deste Guardião.
Descoberta
E de repente enxergo através de ti
E te descubro a mais paradoxal das damas
Imaginava-a forte, devastadora, impiedosa
E no entanto és tão frágil quanto eu
Folha de outono, que pode cair e renascer
Carregar e recarregar o ciclo
Fiquemos assim, unidos silentes
O mundo gira, passa
E nos vira de cabeça para baixo
Mas estamos ali.
Descoberta
E de repente enxergo através de ti
E te descubro a mais paradoxal das damas
Imaginava-a forte, devastadora, impiedosa
E no entanto és tão frágil quanto eu
Folha de outono, que pode cair e renascer
Carregar e recarregar o ciclo
Fiquemos assim, unidos silentes
O mundo gira, passa
E nos vira de cabeça para baixo
Mas estamos ali.
17.12.03
Chope, parte 2: ontem a boa mesa no Manuel e Joaquim da Lapa contou com minha querida Glorinha Dettmar, Ariadne, Mônica Arantes, Marcinha Miranda, Felipe Dias, Cristina Azevedo, o veterano Orlando Abrunhosa, Alexandre Mandarino e Leonardo Pimentel.
E hoje tem a festa do Info etc. Acho que vou ficar na água mineral ;-)
E hoje tem a festa do Info etc. Acho que vou ficar na água mineral ;-)
16.12.03
Chope animado ontem no Lamas com o Gustones, a Marcele, Maloca, Claudinha, Feroli, Júlio Preuss e Abel Alves. Hoje tem mais. Nada como rever a turma na volta ao trabalho.
15.12.03
Moçada, estou de volta. Descansei para valer, desta vez, e me desliguei do real (mesmo lendo os jornais diariamente). Estava com saudade daqui.
Logo haverá poemas novos na área. Enquanto isso, mais um da arca:
Reencontro
Vinte anos entre nós
E você ainda me faz estremecer
Minha aura, se é que ela existe,
torna-se palpável à minha volta
e acaricia seus cabelos, enternecida,
enquanto seus dedos perfeitos
emolduram, distraídos, a xícara.
Entre a fumaça preguiçosa do café
Seu sorriso de menina espreita
e eu tenho vontade de chorar
pelo nosso amor perdido
que jamais aconteceu.
Se o tempo nos pregou peças? Certamente,
Mas os cacos de sua vida
estão maravilhosamente alinhados e refeitos
Enquanto os meus espetam
como minha barba por fazer, minhas paixões por aparar
e minhas unhas (garras?) que corto antes
que as enterre nos próprios olhos, nas manhãs
em que a realidade teima por lançar
seus raios-tratores sobre meu catre.
Felizmente, você expulsa minha névoa mental
com seu riso inquebrantável
e, olhos para o céu, ergo minha xícara
e me pergunto,
intrigado e acompanhando sua alegria,
quando é que minha alma vai aprender
que não é pecado estar feliz.
Perdoe, assim, meu amor insistente:
ele não pode morrer
enquanto estiver a tomar café
com a Vida e o Sonho combinados
naquela manhã de retorno perene.
Logo haverá poemas novos na área. Enquanto isso, mais um da arca:
Reencontro
Vinte anos entre nós
E você ainda me faz estremecer
Minha aura, se é que ela existe,
torna-se palpável à minha volta
e acaricia seus cabelos, enternecida,
enquanto seus dedos perfeitos
emolduram, distraídos, a xícara.
Entre a fumaça preguiçosa do café
Seu sorriso de menina espreita
e eu tenho vontade de chorar
pelo nosso amor perdido
que jamais aconteceu.
Se o tempo nos pregou peças? Certamente,
Mas os cacos de sua vida
estão maravilhosamente alinhados e refeitos
Enquanto os meus espetam
como minha barba por fazer, minhas paixões por aparar
e minhas unhas (garras?) que corto antes
que as enterre nos próprios olhos, nas manhãs
em que a realidade teima por lançar
seus raios-tratores sobre meu catre.
Felizmente, você expulsa minha névoa mental
com seu riso inquebrantável
e, olhos para o céu, ergo minha xícara
e me pergunto,
intrigado e acompanhando sua alegria,
quando é que minha alma vai aprender
que não é pecado estar feliz.
Perdoe, assim, meu amor insistente:
ele não pode morrer
enquanto estiver a tomar café
com a Vida e o Sonho combinados
naquela manhã de retorno perene.