4.3.05

Peço desculpas pelas longas ausências; estou envolvido com vários projetos e nem sempre sobra tempo para vir cá.

Para compensar, aí vai mais um.

Dançando no mato
seu perfume colado a minhas têmporas
eu sinto a febre ascender
pela medula
e desejo namorar você
como nos eighties
quando namorar
ainda não era anacrônico.
Você é um tantinho doida
e me diz baixinho que me prefere
(ah, eu não posso com isso... ah)
e o perigo ali ao lado
torna tudo mais agudo, mais afiado
eu quero te beijar ali mesmo
e arrancar as convenções do seu corpo lindo
e tomar o lugar dos carrapichos
que povoam suas coxas.
Estou tonto
e selvagem
e descontrolado
e sozinho
à beira de um precipício tormentoso.

Venha você e sopre de mim
o barro da timidez
pois eu preciso viajar
com seu vento convidativo
e mergulhar no Estige dos amantes
que me chama
lá embaixo.

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