Você me entristece
ao pôr de lado meu amor
como um prato indesejado;
ao recusar a alegria
e preferir o desterro.
Você classifica o meu amor
como se ele fosse um animal exótico;
mas afetos não têm taxonomia
nem organograma.
Meu amor é como o mar,
ora furioso,
ora contemplativo;
ora encapelado,
ora um espelho;
capaz de beijar ilhas
e continentes.
É um pecado não espalhar esse amor
e represá-lo me torna presa de angústia;
de que me adianta a bela alvorada
se não posso mirar o sol no fundo de seus olhos?
Você me entristece
e faz abissal o meu tombo;
pois esta velha alma de cruzado
enxergou em você o graal da profecia.
Um comentário:
Triste, mas tão bonito, André!
Alias, os poemas mais comoventes são mesmos os que trazem uma melancolia no viés.
bjimm querido e fique bem.
angel
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