19.2.03

Receita de madrugada de carnaval

O vestido vermelho
as franjas perto de seus seios arrebitados
o campinho cercado de árvores
a cerveja derramada
o beijo suado, trêmulo, molhado
as marchinhas no salão de background.

A conversa sinuosa sobre o outro em sua vida
o desejo de se entregar e esquecer
os jogos de psicologia barata
as carícias ardentes.

O passar desapercebido das horas.
A manhã
a banda descendo em direção à lagoa
seu último abraço, apertado, alegre-triste.

Ah! musa efêmera dos festejos da carne,
seu nome se perdeu na neblina do tempo,
mas não seu toque, sua pele, sua língua,
que até hoje batucam, doces, em meu cérebro.

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