22.4.03

E-mail transformado em poema

Queria que este e-mail atingisse teu peito com
a força da torrente de amor que me invade;
mas o que sinto por ti não cabe num anexo.
Não cabe, aliás,
em lei nenhuma do cosmo:
é inenunciável pelos profetas tristes da razão.

Tudo em ti é transbordante:
a alegria lubrifica minhas órbitas
e me arrepia de gozo;
a tristeza me faz um homem melhor,
enlouquecido pelo desejo de apaziguar
os pequeninos cristais de angústia
que descem em tua face de menina.

Tu podes não o saber,
mas me reensinaste a amar e adorar
sem reservas, sem cercas eletrificadas
falsamente protegendo o espírito.

E assim me fizeste um homem livre, ainda uma vez.
Como quando peguei minha velha guitarra
numa tarde suburbana
acariciei o botão de volume
e me entreguei ao delírio diante da multidão.

Nenhum comentário: