Este Cadafalso fez dois anos de vida no último dia 6 de novembro. Não pude assinalar a passagem no dia em questão por estar mergulhado no trabalho no Paraná. Mas agora vamos nessa!!!!! Yesss!!!!
Ao longo deste mês festivo estarei postando alguns poemas que marcaram os 730 dias de posts.
E vamos começar com o "Poema do Cadafalso", que deu origem ao nome do blog:
Poema do cadafalso
O que restou da última gota de desespero
Secou.
Deveríamos talvez esperar as rosas
Mas por que não semeá-las no vento?
Encontro-me em seu vácuo
Ejaculo minha autopiedade
Choro, emudeço, porcelana derretendo...
Olhos-espadas singrando mares violentos
Ecoando amores sem resposta
Angústias da tempestade rósea do cadafalso.
Meus icebergs são feitos de algodão
Quem bate neles não se arrebenta, é tragado
E serve de ídolo aos pagãos de meu corpo em agonia...
Liberdade, liberdade
Nas garrafas de vinho desgraçadas da noite!
Vem, vício macilento, enterra-me o ser,
Mata esse ardor da pele viva,
Destrói tudo!
Quando passar a tormenta,
Vou me encarcerar uma vez mais
Até vislumbrar, na podridão das paredes úmidas,
Um novo devir
Chave dos sentidos em ebulição,
Beijo louco do desejo no desejo
Brilhante gota do primeiro desespero.
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