28.9.02

O testamento do poeta
(encontrado em sua escrivaninha numa tarde outonal, enquanto ele dormia)

"Que depois de minha morte não a deixem só. Que se faça para ela uma festa em sua honra todo dia 2 de janeiro, que foi quando a conheci. Porque ela é a mulher que me faz rir e me faz chorar; ela é a mulher que destrói todas as minhas certezas; que conta histórias de sua alma para me despertar.
Que ela beba e coma só as coisas de que mais goste; que dance com seus melhores amigos, namorados e amantes; enfim, que tenha uma noite impecável. Porque eis nela a essência absoluta do feminino combinada com a franqueza masculina, mistura a que nenhum homem pode ficar indiferente. Os homens podem encontrar muitas mulheres em suas vidas -- com algumas casar e tentar constituir família, com outras simplesmente saciar a sede, com outras ainda refinar o cérebro. Mas só existe uma capaz de corroer nossos alicerces a cada encontro; só uma é capaz de realmente nos levar à loucura com um olhar (e de nos fazer gostar mais dela exatamente por isso).
Que não falte nada a ela; que tentem fazê-la feliz depois de minha partida (embora eu saiba que isso é impossivel, por sua própria natureza). Porque eu a amei mais do que a mim; porque sua alma é linda na sua imperfeição; porque tudo o que ela faz pode ser traduzido em verso.
Ela é tudo que importa."

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