Estou lendo "Os frutos da terra", de André Gide. Já comecei este livro outras vezes, mas sempre me dispersei e acabei lendo outra coisa. Agora que me toquei, através de um livro do Richard Ellman, que o personagem Ménalque representa Oscar Wilde (eu devia saber -- este nome está no poema "A esfinge", de Wilde), por quem Gide era fascinado, prometi a mim mesmo que iria até o fim. Aliás, Gide é outro de meus autores preferidos. Li dele "O imoralista", "Os moedeiros falsos" e "A volta do filho pródigo". Este último é uma porrada na alma.
Mas "Os frutos da terra" não fica atrás.
Vejam este trecho:
"Olha a noite como se o dia nela devesse morrer; e a manhã como se tudo nela nascesse.
Que tua visão seja nova a cada novo instante.
O sábio é quem com tudo se espanta.
(...) O menor instante de vida é mais forte que a morte, e a nega. A morte não é senão a permissão de outras vidas para que tudo se renove sem cessar; a fim de que nenhuma forma de vida se detenha mais tempo do que lhe é necessário para se dizer. Feliz o instante em que tua palavra retine. Durante o resto do tempo, escuta; mas, quando falares, não escutes mais."
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