23.6.04

Vou sentir falta do Brizola. O velho Briza era o homem certo na hora certa em 1982 para o Rio fazer frente aos militares. Foi minha primeira chance de votar; eu tinha 19 anos. O Rio de então era outro, mais alegre, mais boêmio, eu estava na Escola de Comunicação da UFRJ, a célebre Eco, e vivia intensamente essa boemia.

Na época, alguns colegas da faculdade ostentavam a estrelinha do PT, mas o candidato do partido, Lysâneas Maciel, não tinha nenhum carisma. Além do mais, pelo menos no ambiente da Eco, os petistas eram mais radicais (radicalismo é algo que detesto até hoje), e eu desconfiava. (Apesar disso votei no Lula em todas as eleições para presidente. E adiantou? Hoje temos este governo aí, com esta política (?) econômica que se diz "ortodoxa", mas que prefiro chamar de "tortodoxa".) Quem ia votar no Brizola se mostrava mais discreto. Fiquei com o caudilho, então.

Fui até a um comício dele, na Cinelândia, que reuniu um mar de gente. Anos mais tarde, parei para ouvi-lo dar entrevista em frente ao prédio da Manchete, na rua do Russell, onde eu trabalhava.

Não concordo muito com essa tese de que o Rio começou a degringolar com o governo dele; creio que o chaguismo, nos anos 70, já deixara o estado bem caidinho.

Vai com Deus, Briza. E vê se o Padre Eterno monta uma Cadeia Celestial da Legalidade pra não deixar nenhum espertalhão subir. ;-)

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