O DESTINO, O LIVRE-ARBÍTRIO E O DESEJO
CAPÍTULO XVIII
-- Não, seu bobo -- disse ela. -- É você. Não parou para pensar que aquele dia na livraria todo mundo estava olhando esquisito para você? E na padaria, dias atrás, não percebeu que todos riam quando me beijava? Só você me via, Jon. A essa altura, já deve estar sendo tachado de maluco.
-- Mas você existe. O jeito como achei seu endereço... o número do cartão de crédito... ah, desculpe, não era para você saber.... -- Passou a mão pela testa, ainda apavorado.
-- É claro que existo. Sou desta época. Desapareci há poucas semanas. E eu sabia que você ia fazer aquilo. Segundo as regras, eu devia atraí-lo, mas você tinha de me procurar por iniciativa própria.
Jon pensou: "como se eu tivesse tido alguma escolha depois que a vi..." Mas sua mente aguda tinha de tirar aquilo a limpo. Ainda lhe restava uma fímbria de coragem. Olhou dentro dos olhos dela.
-- Daniela, eu... estou aterrorizado. Você entende, não?
Ela suspirou, mas assentiu, ainda acariciando seus cabelos.
-- E como posso saber se o que diz é verdade?
-- Preste muita atenção.
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