O DESTINO, O LIVRE-ARBÍTRIO E O DESEJO
EPÍLOGO
Sim, Daniela era o Desejo. Não o Livre-Arbítrio; não o Destino; mas o Desejo. E, mesmo senhora dos mundos e dos grupos de mundos e das confederações de tais grupos, precisava casar-se, como explicou a seu noivo, com um mortal de tempos em tempos para conhecer sua Verdadeira Essência. E desta vez o Eleito fora Jon, e ela se deleitara de modo especial ao caçá-lo. Pois era preciso que ele viajasse ao limbo de livre vontade, habilmente persuadido, jamais à força, para pedir por ela a seus irmãos milenares. Que, não é preciso dizer, se divertiam muito com a coisa toda.
Jon nunca mais voltou a uma redação, nem foi lembrado por seus pares. Viveu o resto de seus anos (e foram muitos) explorando seu novo hábitat e travando conhecimento com todas as criaturas míticas e artistas que tanto amara em sua adolescência.
Quando ele morreu, cercado de glórias, chegou ao nosso mundo, através de um guru que acidentalmente sintonizara o canal certo, o boato de que Daniela (seu nome verdadeiro é outro, impronunciável) não quis se casar por muitos e muitos milhares de anos. Bom, pelo menos o Jon foi feliz para sempre. E nossa história acaba aqui.
Leitor -- "Mas espera aí! E aquela história do Destino? E a nova Peste Negra?"
Ah, é. De fato, aquele era o destino de ambos. O próprio Jon perguntou a Daniela o que aconteceria.
A resposta dela foi: "Não se preocupe, meu amor. Com uma ajudinha do Livre-Arbítrio, o Desejo sempre vence o Destino."
Xeque-mate.
T H E E N D
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