8.4.02

Para fora

A hora do adeus veio de repente
e eu pus tua música favorita no deque
Até o cabeçote urrar e morrer.

Não me disseste nada, apenas silenciaste
deixando-me sozinho no penhasco ventoso
onde meus órgãos carpiam nosso amor defunto
-- quisera que ouvisses seus gritos.

É estranho que eu ainda viva hoje,
tão estranhamente deformado por dentro.
Talvez a fumaça do cigarro semelhe
Aquele tolo fiapo de esperança
que me me fez dar o primeiro passo
para fora de mim.

Só assim te esqueci
e deixei aquela carcaça apaixonada
congelar, ensurdecida pelos próprios lamentos.

Assim dei adeus também a mim
E desapareci em meio ao formigueiro gigante dos sem-alma.

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