14.4.02

Tique-taque

Paro e reflito
Um instante, um segundo
Rodas-vivas turvam os desejos
De um novo desabrochar

São ciclos.

Esmurro, espalho minha respiração ofegante
Pelo céu esquisito e úmido
Pesado.
Sua imagem no espelho
Lembra-me um passado que não houve.
Que estranha angústia,
De pontos finais que se sucedem.

Tique-taque-tique-taque-tique-taque
Nossas jornadas reguladas
Irritam e enchem de ansiedade.
Pobre de mim,
Que desejo retirar vida das cinzas.

Das cinzas.

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