1.7.02

Os Pentatemplários
(extraído de um manuscrito encontrado em 3002 pelo arqueólogo alemão Otto Kahn, descendente de Oliver Kahn, o Grande, nas ruínas de um antigo coliseu na Baviera)

"... A decadência do império teutão de Kahn, o Grande, deu-se a partir de 2002 d.C., quando o exército por ele liderado iniciou a jornada, após duras batalhas, para Korepan, a fabulosa Terra do Alvorecer, no distante Oriente. Os soldados de Kahn, disciplinados ao extremo, eram duros na queda e já haviam vencido três guerras sangrentas: uma na Suíça, outra na Alemanha e a terceira na Itália. Entretanto, haviam perdido valorosos soldados nos embates, e só os duros métodos de Kahn mantinham os resultados nos campos de batalha. Em sua jornada, os corajosos cavaleiros teutônicos começaram a ouvir falar de uma estranha lenda à medida que passavam de cidade em cidade. Primeiro, Kahn foi abordado pelo califa turco Hassan Sas, que segredou-lhe, em sua tenda, que o maior perigo que encontrariam em Korepan seriam os Pentatemplários, cavaleiros pertencentes a uma ordem de guerreiros ascetas capitaneados por Kafoo, o Terrível. Eles eram originários das Terras do Oeste, em cuja região sul haviam sido treinados pelo monge escoláristico Pheli Ponn. Diziam que os cavaleiros lutavam como nunca se havia visto antes, passando as armas entre si e confundindo os adversários com uma elasticidade incrível alcançada através de técnicas de concentração desconhecidas.
Kahn, porém, não se abalou. Dias depois, deparou-se com o exército chinês em debandada, com os uniformes rasgados, gritando que os Pentatemplários haviam matado quatro de seus mais competentes generais. A expressão apalermada dos chineses levou os teutões ao riso, bem como os guerreiros ciganos da Costa Opulenta do Atlântico, que encontraram bêbedos e cabisbaixos num desfiladeiro. A eles juntavam-se os arqueiros de Belgium, a que Kahn não deu atenção. Foi só quando viram, já perto da fortaleza de Yokohama, as hostes bretãs chacinadas sem piedade, com o símbolo pentatemplário escrito com sangue sobre seus uniformes, que os soldados teutônicos vacilaram. Na subida para a colina onde jazia a fortaleza, Kahn teve um encontro inesperado com mais um califa turco, Al Basturk. Este implorou para que não desse combate aos cavaleiros do Oeste.
Mas Kahn tinha uma reputação a preservar -- e foi essa a sua desgraça. A primeira parte da batalha de Yokohama foi dura, com os teutões e os pentatemplários praticamente se equivalendo em bravura. Mas na segunda o brilho foi da divisão comandada pelo coronel Roh Naldym, que fez uma carga diretamente sobre a tenda de Kahn. Ele resistiu na primeira investida, mas deixou o flanco descoberto e foi ferido. O coronel, percebendo sua hesitação, não o deixou respirar e, com a ajuda de uma manobra diversiva do coronel Ryv Aldow, levou Kahn a acreditar num ataque deste. Roh Naldym então deu o sinal para o golpe de misericórdia, deixando um perplexo Kahn a seus pés. A batalha não durou muito depois disso."

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