Graal profano
(para A., que move ondas e marés dentro de mim)
Como aplacar a infinita tristeza de teus olhos na noite pândega?
Desejo fazê-los perder a timidez e sorrir para mim, mas tenho medo.
Como apaziguar a dor fervente em tua boca de palavras fugazes?
Tudo em ti é belo; amo tua carne e tua alma ao mesmo tempo
Mas uma sombra perpassa tua vida.
Desejo arrancá-la de tua aura e vituperá-la até que se dissipe
e trazer teu verdadeiro eu para mim, e beijá-lo.
Ser guardião dos teus olhos: eis meu graal profano
em cuja busca passarei os dias que me restam.
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