26.5.06

De volta de Sampa, onde fiquei mergulhado na LinuxWorld. É a área que mais gosto de cobrir, a do software open source. Conversei com alguns próceres do setor, e tive o prazer de reencontrar a Sulamita Garcia, das LinuxChix, uma mulher admirável. E modesta.

Na coluna de segunda no Info etc, estarão minhas impressões do evento.

Tinha quinhentas coisas techie acontecendo na cidade, mas só sendo o dr. Octopus para ir a tudo: é sempre melhor escolher um tema e se centrar nele.

17.5.06

De molho com uma virose daquelas. De cama desde sexta-feira, só consegui voltar ao trabalho hoje, e ainda não estou 100%.

E este frio não ajuda nada.

5.5.06

Reproduzo aqui a minha coluna de estréia no Info Etc:

"Uma carta de intenções

Escrever matéria é fácil. Tem sempre assunto. Escrever coluna é diferente. Se bem que, na área de tecnologia da informação... informação é que não falta mesmo. Portanto, é com muita honra que estréio neste espaço mensal no novo Info Etc, pronto para fazer matérias de um jeito mais pessoal.
Para quem não me conhece, sou carioca, jornalista há 22 anos e uma verdadeira cria de redação. Já fiz de “um tudo” nessa trilha: repórter, redator, chefe de reportagem, chefe de redação, editor executivo. Mas, como disse uma vez o Márcio Moreira Alves, o que mais gosto de ser é repórter. Porque é o repórter que vive a História, ainda que sua visão seja necessariamente a de um momento e, portanto, fragmentária.
Cubro tecnologia desde 1997 e vi um bocado de bytes correndo embaixo da ponte — da bolha da internet ao advento do mundo sem fio, por exemplo. Milito aqui no caderninho desde dezembro de 1999 e já publiquei dois livros sobre TI: “Como fazer CDs de alta qualidade” e “Linux: comece aqui”, junto com mestres Aroaldo Veneu e Fernando de Oliveira, ambos editados pela Campus. Também tenho dois blogs, “Comentários e versos do cadafalso” e “Cadafalso II”, mas neles o leitor não encontrará coisas techie, apenas literárias.
Esta coluna pretende abordar vários assuntos, mas entre os seus destaques estarão o software livre e a cultura livre. Esses temas a um só tempo resgatam valores de uma era em que o software não tinha mais-valia, sendo compartilhado abertamente, e apontam para um futuro em que a relação dos produtores de conteúdo e seus consumidores seja mais maleável.
Acredito que esta era começou em 1983, quando Richard Stallman, programador americano do Massachusetts Institute of Technology (MIT), lançou as bases da plataforma GNU, um sistema que pretendia ser livre, aberto, compartilhável com todos. Embora fosse cria de escovadores de bits, o que chamava a atenção no GNU, tanto quanto o conceito tecnológico, era sua plataforma política.
A base desta é o chamado “copyleft” (que, grosso modo, poderia ser traduzido como “esquerdo autoral”). Mas o que é isto? O copyleft é a pedra fundamental da licença de uso de boa parte do software livre — existem outras, mas a mais conhecida é esta, chamada GPL (licença pública geral, em inglês) — e reza que qualquer pobre mortal pode baixar um programa, mexer nele, melhorá-lo até, se puder, e passá-lo adiante livre e gratuitamente sem que ninguém, mas ninguém mesmo, encha o seu saco com questões de direito autoral. E avisa: num programa com copyleft, o próximo usuário terá sempre as mesmas liberdades do anterior.
Servindo de base para a licença GPL, o copyleft foi o grande responsável pela disseminação do sistema GNU/Linux, ou simplesmente Linux. Linux não é uma empresa, é um sistema com o qual muitas empresas fazem seus produtos: podem ser várias versões do próprio sistema (existem muitas: Mandriva, Fedora, Suse, Debian, Slackware...), software embutido para PDAs, e assim por diante. Quem criou este sistema, baseado na plataforma GNU de Stallman, foi o então estudante de computação finlandês Linus Torvalds, em 1991. De quem o sistema herdou o nome.
O símbolo do Linux é um simpático pingüim batizado como Tux. O sistema, em suas muitas versões, é desenvolvido comunitariamente, por programadores dos quatro cantos do planeta, e a comunidade é justamente o que forma o coração do pingüim. O Linux já foi mais difícil de usar, mas hoje existem versões mais simplificadas como Knoppix, Kurumin e outras. Ao contrário de outros sistemas, ele pode ter mais de uma “cara”: sua área de trabalho e programas podem funcionar com diferentes ambientes gráficos. Os dois mais famosos são o KDE e o Gnome.
E há muitos programas livres e abertos que nada deixam a desejar em relação ao software proprietário (cuja licença de uso é paga). Nas próximas colunas falaremos deles.

* * *

Esta primeira coluna é dedicada in memoriam a meu pai, Amaury Machado. Ele, que foi minha referência de retidão e constância, passou desta para a melhor horas após me confiarem esta missão. Que descanse na mais absoluta paz."


Após a publicação, recebi várias mensagens e sugestões, muitas inclusive me consolando pelo passamento de meu pai. Muito obrigado a todos.