30.6.06

"Não devemos dizer que todo erro é algo tolo."

(Cícero)

28.6.06

É, vamos encarar a França sábado. Sei não... estava torcendo pela Espanha. Vamos ver como fica. Se por um lado é uma chance de vingar o vexame de 98, por outro dá medo.

* * *

Mudando de assunto: aquele comercial no canal Sony em que uma banda de rock é levada à força pra Alemanha, numa promoção pra lá de mala, é hilário. O slogan "Sony, o canal sem o Mundial", com uma bola redonda virando o símbolo quadrado da rede, é justamente o que a gente precisava para relaxar um pouco dessa overdose de bola.

E o pior é que depois virá a overdose de eleição.

24.6.06

Recebo a notícia de que um grande amigo meu separou-se de sua cara metade após uma longa relação e de grandes planos. Puxa vida, o que é certeza um dia vira nuvem no outro. Espero que ele se recupere bem, e que o tempo possa curar o efeito desse grande impacto.

23.6.06

De volta do iSummit, em Copa. É o evento maior dos Creative Commons. Estava todo mundo lá: Larry Lessig, Joi Ito, Ronaldo Lemos da FGV e até o John Perry Barlow, autor da Declaração dos Direitos do Ciberespaço. É um evento onde se debatem idéias, em vez de produtos. O tipo de evento de que gosto.

Na segunda, na minha coluna no Info Etc, conto mais.

20.6.06

Minha turma na Escola de Comunicação (Eco) da UFRJ era seis meses mais velha que a turma do Bussunda, onde também estudaram algumas figuras célebres do jornalismo carioca, como o Serginho França e o Arnaldo Bloch. Demos o trote na turma deles naquele agosto de 1981, e vivemos junto com eles alguns anos inesquecíveis. Naquela época o vestibular era unificado, uma massificação total, e entrar na faculdade era se libertar de um ensino sufocante, socado em nossas cabeças.

A Eco em 1981 foi o encontro de muitas cabeças ligadas não só em jornalismo como em literatura, música, teatro, cinema, filosofia... Foi uma das melhores épocas de minha vida. E o Bussunda já era aquele gozador que anos mais tarde veríamos na televisão, o jeitão tranqüilo, um resumo do carioca way of life.

Nos encontramos há poucos meses, num churrasco que reuniu três turmas da Eco na Barra. Ele não mudara uma vírgula.

Liguei a TV no domingo na hora em que davam a notícia de sua morte. Puxa vida. Fiquei paralisado.

Meu caro, aquele abraço. O Rio realmente não erá o mesmo sem você. Se existir reencarnação, que venha gerar mais risos aqui embaixo, por pelo menos uns cem anos.

15.6.06


Vegetação à beira-mar? Ilha perdida no oceano? Nada disso: um igapó (floresta amazônica inundada) em pleno Rio Negro. As margens distam mais de 12 quilômetros uma da outra. Cabe quase uma ponte Rio-Niterói ali. E é só o Rio Negro, um dos muitos afluentes do Amazonas. Em certos trechos do Amazonas, nem se vêem as margens... Foto de Henrique Martin.
Vamos combinar: esta Copa está conseguindo ser mais sonolenta que a de 2002. E olha que então os jogos eram de madrugada...

11.6.06

Estou lendo "Heart of darkness", de Joseph Conrad. O texto (no inglês original) flui como o rio em que o barco do narrador desliza, no meio da selva ameaçadora, rumo ao estranho personagem Kurtz (por enquanto é só uma imagem na mente do narrador, que está curiosíssimo para encontrá-lo). Kurtz, como se sabe, serviu de inspiração ao papel vivido por Marlon Brando em "Apocalypse now".

10.6.06

Olhaí, moçada, a nova cara do Cadafalso. Já estava na hora de renovar a paginação. Escolhi um layout mais organizado. Espero que vocês gostem.

7.6.06















O rio
(Ao ver o encontro das águas do Rio Negro e Solimões, na Amazônia)

E então imaginei Orellana
atônito
sob o vento desse mar doce
negro
há centenas e centenas de anos;
compreendi sua angústia
ao voltar à calmaria ibérica
sonhei seus sonhos de retorno
ao coração selvagem do novo mundo
e percebi meu reverso
submerso
nos igapós cheios de sussurros fantasmagóricos.

Quem ali navega uma vez
é presa do estranho desejo
de vida e morte luxuriante e febril
em comunhão com plantas e feras;
não mais sucumbir numa cama olorosa
não às enfermarias assépticas
sim à aventura, sim à exploração profunda
sim ao mundo pagão
onde se joga pelas regras.

A civilização é a verdadeira barbárie.