30.4.08

De Woody Allen, hoje, na "Folha":

"Sempre senti que a vida é uma confusão muito grande. Tenho uma visão sombria e pessimista da vida e da fé do homem, da condição humana. Mas acho que há alguns oásis extremamente divertidos no meio dessa miragem. Há momentos de prazer e momentos que são divertidos, mas, basicamente, a vida é trágica."

24.4.08

às vezes sinto
que cá dentro
não há órgãos
só labaredas
é como um auto-da-fé interior
que nunca acaba.
Num post mais abaixo, eu comentei que começara a gravação de meu segundo CD. Infelizmente, ela está emperrada, por uma série de motivos. Minha frustração é enorme, mas estou buscando alternativas. A música é como o ar para mim, agora que ela retornou depois de um longo silêncio interior.

Tenho estado tão frustrado que ontem sonhei que estava tocando num show com Eric Clapton. O sonho deveria ter me deixado alegre, mas foi tenso, na verdade. Bom, pelo menos sonhei alto. ;-)

23.4.08

Meu último desejo
será derrubar tua cidadela
e ver a estação próspera
fincar-se na terra antes estéril.
Estas letras são meus guerreiros
estas frases, meu aríete
esta dor, meu grito de guerra.
Não vou desistir de ti
porque teus olhos
são meu país natal.
É solitário aqui
sem os seus sonhos por perto
sem seus planos
sem sua voz intensa, seus olhos brilhantes;
é para você que escrevo, mulher singular.

O mundo passa a marcha e joga sua lama de costume
mas na mesa gasta a ele não mais pertencemos;
somos um com as estrelas tristes
com o beijo tiritante das utopias
com o Agora.

Ali não sou eu no espelho
-- você tudo muda ao erguer
a pálpebra
o vento
minha alma dormente.

Por isso é solitário aqui
sem minha pitonisa particular.
Subo as escadas
trêmulo;
Ver-te-ei?
minha alma é
como uma guitarra
palhetada com violência
por keith richards
-- só que a melodia
é tocada na fumaça do teu cigarro.

Tenho saudades abissais
todos os dias
mas não te encontro em minha
lista de mensagens
repleta de missivas ao vento
de estranhos.

Por que sou assim?
Por que espero com ânsia
um abraço inteiro que nunca vem?
Amaldiçoados sejam
os delegados de convenções
que borram o poder amar
e nos enchem de estultices.

Quando deveria ser sempre
o que aquele guitarrista hebreu do Queens
cantou, vestido para matar:
I´m in love
And I feel so good
´Cause I need her
And I tell her so.

22.4.08

Ontem foi o aniversário do meu prezado Carlos Brito. Nada como um dia de cerveja, conversas e reencontro de amigos que não se vêem há tempos. Foi uma das melhores festas a que já fui. E é uma pena que essa turma se encontre tão raramente; nesse mundo de trabalho em excesso e prazer de menos, estar com os amigos é fundamental e não pode ser negligenciado.
Não é todo dia que conhecemos pessoas de quem podemos esperar a verdade, sempre, ainda que doída. Este privilégio me foi concedido recentemente, e mexeu um bocado com a minha cabeça. O resultado é uma grande inspiração que revoluteia pela minha cabeça como partículas quânticas em incrível velocidade. Nem tudo o que penso se transforma em alguma coisa -- música ou poema --; mas meu cérebro está sempre cheio de coisas que quero (preciso) dizer a essa pessoa. Oxalá esse estado não me abandone, embora seja febril e tenda a me exaurir.