27.1.03

Olhos tatuados

A Solidão passou
e tatuou meus olhos;
nunca mais me recuperei.

Eu te amei a noite toda
mas o frio volta depois, no escuro,
quando minhas órbitas captam o vazio.
Então caminho pelo corredor
e nos velhos retratos
identifico o desespero
de todas as expressões.

Quem me arrancará este véu?
Quem aspergirá de volta a fé?
A pequena labareda lambe o papel do cigarro
-- ah, como eu desejaria ser consumido assim
pelo fogo branco da Iluminação.

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