5.11.02

Vocês devem estar se perguntando porque a mexida geral, tanto aqui quanto lá no Cadafalso II.
Na verdade, já anunciei o motivo, discretamente, no outro blog. Amanhã, dia 6/11, é o aniversário deste Comentários e Versos do Cadafalso. No fim da tarde deste dia, em 2001, minha amiga Elis me flagrou montando a página e fez uma algazarra na redação, pois vinha me incentivando a cair na blogagem fazia um bom tempo. Deu no que deu. De lá para cá, fiz amigos e amigas e o escrevinhar diário (ou quase) destas linhas me inspirou a criar poemas, minicontos e até uma blognovela. Queria agradecer efusivamente aos que visitam este Guardião e trocam idéias com ele. Um brinde a todos vocês.
Eis aqui o primeiro poema que publiquei em 6 de novembro de 2001, o pontapé inicial de uma jornada que espero, de algum modo, não tenha fim. Porque podemos ser finitos, limitados por este cadafalso terrestre, mas o que toca nossas almas não é.

Bordado

E tudo fica imperceptivelmente quieto
E eu fico só
Bordando uma poesia quieta.
Não percebo quando chegas
Mas sei que não pretendes falar-me
Bem sei que não pretendes falar-me
E assim prossigo no vaivém da agulha.
Então, quando a cera da última vela se derrete,
E, missão cumprida, faço que vou me levantar,
Deténs-me e beijas-me as pálpebras pesadas
E, antes que eu possa retribuir,
Voltas a ser apenas chuva.
O que me resta então
Senão voltar a bordar poesias?

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