15.3.02

Uma lágrima

Desta vez
Nada substituirá a luz.
Entre os corredores obscuros da morte
Minhas múltiplas almas
Vagueiam como caleidoscópios
À procura de uma lágrima perdida.

Um jogo de espelhos
Infla fios tênues
Costurados por sussurros de agonia
E compaixão.
Mas ninguém me concede misericórdia
E o nirvana que me olha de rabo de olho
Num quartzo de segundo vira seiva pútrida
De um verso corroído pela musicalidade.

É um labirinto, eu sei,
Mas eu não quero alcançar o vale
Pois que o ruído do lamento me atrai
E naquela poça de musgo e pecado
Pode estar minha lágrima-semente.

E assim giro e cambaleio,
E te amo e desprezo,
E quebro pedestais de plástico.

Nenhum comentário: