16.8.02

Manuscrito encontrado num guardanapo extraviado sobre a areia suja da madrugada

"Felicidade, 16 de agosto de 2002

Querida Mariana,

Pensei não ser possível viajar no tempo, mas dez minutos a seu lado tiraram alguns séculos de minha alma. Livre deles, dancei a seu lado a noite inteira e, miraculosamente, um pouco de minha quase-meia-idade contagiou sua juventude resplandecente. Você riu e eu ri com você; cantou e eu cantei junto; ensaiou passos e lá estávamos nós, amigos da vida inteira sobre um palco qualquer, numa cidade qualquer, tocando qualquer nota e nos divertindo. Erga seu copo, brinde aqui: eu saúdo a alegria, a extroversão, a delícia improvisada, as noites de Dioniso para contrabalançar a seriedade incontornável do cotidiano!
No próximo dia de Júpiter, gritarei: "Evoé! Baby, apanhe o pandeiro e siga a guitarra! Está na hora da vida!"
Mas por hoje basta. Durma bem e leve um beijo meu.

Do vosso,

André"

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