12.2.03

Eis o poema que enviei para a campanha do Flávio (veja post abaixo):

A repetição

Entre os arbustos em chamas
a criança finalmente percebeu
o sentido do horror:
rios de sangue
risos de soldados-estupradores
água suja
e nenhum colo.

Sempre houve deuses da guerra
nas mitologias do mundo
e eu sempre me perguntei
que seres tais deuses governam
depois da terra devastada.

Mas os governos dos homens não aprendem
e nos condenam a repetir a História.
Ah! Cobiça insaciável!
Retira ao menos desta vez tua face de fuinha
do coração dos espíritos fracos da velha águia
e poupa-nos do déjà vu das fauces da Morte.

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