20.12.01

Quem me conhece sabe que, embora eu acredite que há algo Eterno no éter (senão, não escreveria versos), preferiria cear com Zeus, Hera, Hermes, Afrodite & cia no Olimpo a contemplar a barriga de Papai Noel (já me basto como gordinho ;-)). Mas nada tenho contra o Natal, nem Jesus, que no fundo era um libertário. Natal é melhor que Ano Novo; é uma festa de aniversário, mesmo com a data errada. Já a passagem do ano me deprime, marca apenas o inexorável martelar do Tempo e faz-me pensar no que ainda não fiz na vida. Sou um inconformista por natureza, afinal.
Mas, de um modo ou de outro, o melhor é mesmo festejar. O aniversário do Homem, porque Ele merece; e o Ano Novo, para a gente esquecer o tempo e as besteiras que fez no ano que finda ;-))). Assim, desejo boas festas para todos os queridos amigos e leitores deste blog. E deixo-lhes mais um poema.

Castelos de areia

Você bem o sabe, doce neblina
Cerração de lágrimas tortuosas subindo

Meu ser afogou-se
E roubaram-me um naco de coração
Traí-me e desci por corredeiras brilhantes
Até sumir no cosmo.
Não, não vislumbro futuros
Nem desejo me redescobrir
Busco mundos sem planos
Sem planos de busca.

Jogaste fora teus mapas?
Então iremos juntos
Juntos criadores do nada
Nossas únicas
E inverossímeis datas para guardar
Serão aquelas em que os universos construídos
Nada mais serão
Que castelos de areia.

Nenhum comentário: