29.1.02

Por vezes a crueza de nossas palavras fere as pessoas de quem gostamos. Este poema é um contrito pedido de absolvição do cadafalso:

Último pedido

Perdoa
o músculo inconstante que reverbera em meu peito
que te fere justamente por amar demais.
Sou apenas um pobre poeta dominado pela angústia
Um companheiro deveras imperfeito
Para uma alma de porcelana como a tua.

Não desejo turvar teus olhos,
nem apagar esta alegria que ilumina minha noite eterna;
Sê feliz, como bem mereces,
E separa apenas uma pitada de compaixão por este tolo
que afaga e dá de comer às próprias quimeras.

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