25.4.02

Capitulação

Refiro-me a você
Quando estremeço.
Usamos palavras ao invés de beijos
Mas ao menos o corpo nos traiu
Às três da manhã.
Eu estava cansado e você estendeu a rede negra
Sob meus olhos; as pupilas, por fim, dormiram
O sono das flores.
É bom desistir; é bom se alienar;
Por que lutar até o vazio?
Por que se importar?
Por quem prostrar-se numa cama de pregos cristalinos?

Depois do amor, não há nada a não ser o sono.
O amor suga a vida, o amor liquefaz nossas certezas
Esculpidas no ar.
Dormir é a verdadeira volúpia.

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