4.4.02

Preguiça

Eu só escrevo
Quando tenho preguiça de tudo
E quando o vazio da casa
Penetra em mim.
Solto a massa cinzenta
Em baforadas regulares
Gás carbônico enlatado
Uso o papel
Na esperança de liberar alguma coisa
Além da tinta da caneta esferográfica
E depois do ato consumado
Vem a (in)consciência
De que continuo ingênuo
E deslumbrado
Diante das coisas.

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