25.7.02

O show de ontem no ChoppGol deu certo e estarei lá todas as quartas (veja mais no Cadafalso II).

Hoje, alguns trechos do ótimo artigo "Desafios do Jornalismo", do professor Carlos Alberto Di Franco, publicado no Globo:

"As virtudes e as fraquezas dos jornais não são recatadas. Registram-nas fielmente os delicados radares da opinião pública. Precisamos, por isso, derrubar inúmeros mitos que conspiram contra a credibilidade da imprensa.

Um deles, talvez o mais resistente, é o dogma da objetividade absoluta. Inscrito em inúmeros códigos empoeirados, é de um vazio surpreendente. Transmite, num pomposo tom de verdade, a falsa certeza da neutralidade jornalística. Só que essa separação radical entre fatos e interpretações simplesmente não existe.

Jornalistas não são autômatos. Além disso, não se faz bom jornalismo sem emoção. A frieza é anti-humana e, portanto, antijornalística. Não se pode ouvir um corrupto com a mesma fleuma com que um inglês toma o chá das 5. A imprensa honesta e desengajada tem um compromisso com a verdade. A neutralidade é uma mentira, mas a imparcialidade é uma meta que deve ser perseguida. Todos os dias.

A busca da isenção enfrenta a sabotagem da manipulação deliberada, da preguiça profissional e da incompetência arrogante. O jornalista engajado é sempre um mau repórter. Não sabe, como sublinha o jornalista Carl Bernstein, que "o importante é saber escutar". Esquece, ofuscado pela auto-suficiência, que as respostas são sempre mais importantes que as perguntas. A grande surpresa no jornalismo de qualidade é descobrir que "quase nunca uma história corresponde àquilo que imaginávamos", sublinha Bernstein.(...)"

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