3.7.02

Retorno

Retorno a ti, poesia,
Para lamber minhas loucuras ao vento morno
Dos olhares da floresta e da penumbra
A sombra do passado atemoriza
E perderam-se as chaves da porta do futuro
Momentaneamente.
Fraqueza?
Talvez sono, quem sabe até fastio
Volto aos infernos do ópio
Absinto a dor e o zumbido nas pupilas!
Quebro-te, espelho,
Defronto-me melhor com o infinito
Tocando-me como um instrumento
e vomitando injúrias.

Caco de vidro inútil, estilhaças
Minha angústia podre de crostas nevoentas
E elevas meu horror ao expoente
Do perder-se de vista.

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