28.2.02

Para C.

Às vezes é melhor escrever na penumbra
Porque me lembro do mistério que você exala.
Fico cismando,
Tendo certeza, duvidando, fumando muito...
Nunca foi fácil inverter tudo tão rápido --
Mas nós conseguimos.

As palavras vão se soltando de você
Como quem procura um tesouro perdido
Fazem-me um carinho hipnótico
E eu cambaleio, não resisto.

Você me despe a alma tão sem aviso
Golpes certeiros -- pan!
E a cada estocada forte
Sinto a dor mais doce
E a vontade só de ouvir
E deitar no colo desse mistério
Afundar até enlouquecer
Para aprender
A não sentir tanto a minha (a nossa) falta.

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