22.2.02

Um brinde

Brindemos ao nada
Beba-lhe o estouro dos tímpanos,
Sugue-lhe o vácuo maravilhoso
Quebre o relógio, que o tempo também é nada.
Não desejo a neurose desse mundo louco
Não quero você cravejada de jóias e
Cobras e lagartos e modas de Paris.
Nós seremos duas bolhas soltas
Cabeças no ar e pés também
De resto, apenas brindemos ao nada,
Porque não haverá dias seguintes.

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