30.11.01

Estarei desplugado nos próximos dez dias, em viagem, por isso deixarei dois poemas de uma vez neste post.
Estarei de volta no dia 10 de dezembro, pronto para outra. Até lá...

Eis o primeiro:

Alívio

Alívio!
Eis o óleo sagrado
Que teu sorriso derramou sobre mim.
Pensava-te perdida para sempre
Levada em pétrea expressão
Pelo cometa cujo núcleo é a indiferença.
Mas não:
Sorriste,
E despertei da morte.
Agora, somente agora,
Posso pensar em ser feliz
E achatar o fantasma do medo
Com um simples olhar
Um mero sopro
-- Que farão renascer
Dele a carne
Só para torturá-la
Com mais vagar e prazer.
Sim, é o que quero ser
Quando crescer
(Quando será?):
Algoz de todos os temores.

Eis o segundo:

Sóis derramados

Tu te enganaste.
O que derramo pelas faces enegrecidas
Não são lágrimas
Mas reflexos do sol nascente

Tu não o sabes
Mas a marca de um destes brilhantes
Faz rebentar a taquicardia da espera
Pelo abraço do todo

Derramas sóis também?
Então vem e abraça-me
Se o universo não nos envolve, taciturno,
Talvez possamos criar um outro
No contratempo das batidas em nossos peitos.

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