25.11.01

Um para a saideira de hoje:

Oblivion

Esqueci-me de tua crueldade
estrangulando-a no verde oceano;
banhando-me nas ondas gélidas
renasci, vênus envelhecida e enrugada,
sonhando com o abraço da Musa.

Mesmo cercado de beleza, quedo-me inerte
Sentindo o próprio rosto um retrato esmaecido
procurando nas frestas o pathos
desejando um riff salvador.

Nessas horas não incomoda a decadência do corpo,
mas o fenecer do espírito.
É como se a alma fosse racionada;
como se soubéssemos que o cosmo nos dá as costas,
e que cada estrela ri tanto de nossas pretensões
que algumas delas se soltam do céu e caem, sem fôlego,
semeando os campos da desilusão.

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