19.6.02

O DESTINO, O LIVRE-ARBÍTRIO E O DESEJO

CAPÍTULO XXIX


Nos olhos de Daniela estava a chave. Nada em suas órbitas mudara. Nada. Ali estava a essência de tudo o que Jon amava nela.
Então, fazendo um esforço hercúleo, deu um passo em sua direção. Depois outro. E mais outro. Levou uma era para chegar aonde ela jazia. Aí hesitou. Ela não mais parecia uma mulher, mas um sátiro fétido, com dentes podres, chifres amarelados...
Mas os olhos eram os olhos de Daniela. A única.
Jon ajoelhou-se a custo e, inclinando-se, beijou suavemente a boca do monstro. Quis gritar de desespero, mas as únicas palavras que saíram de sua boca ao se voltar para o Senhor da Sina foram:
-- Eu graciosamente aceito meu fado. Ei-lo -- e ajudou o sátiro a se erguer.
-- Assim seja -- retrucou o Destino. Ato contínuo, apagou-se o fogo diante da mesa e tudo ficou às escuras. Logo Jon se deu conta que a caverna sumira.

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